Crônicas
Dormir com um barulho desse
Após um domingo em que se é tomada por todo tipo de sentimentos: um evento emocionante organizado pela Academia de Letras, as vozes de jovens escritores partilhando suas histórias, o choro de pais emocionados ouvindo seus filho.
Por: Marilene Depes em 6 de novembro de 2024
Após um domingo em que se é tomada por todo tipo de sentimentos: um evento emocionante organizado pela Academia de Letras, as vozes de jovens escritores partilhando suas histórias, o choro de pais emocionados ouvindo seus filhos, a música que penetra a alma, os abraços e a convivência entre pessoas afins, um infortúnio ocorrido com pessoa querida, na realidade uma ebulição de sentimentos, tantos deles que não cabem dentro de si. Às vezes, os sentimentos atingem tal proporção que não se consegue partilhá-los, e a pessoa se isola, se cala e simplesmente os acolhe.
Na TV são anunciados os resultados do segundo turno das eleições, e a presença vitoriosa de mulheres em tantas Prefeituras preenche de esperança, mulheres ocupando espaços objetivando diminuir o machismo estrutural, que as atinge em inúmeras áreas, e principalmente nos espaços políticos e de administração pública. Foi uma eleição atípica, com resultados favoráveis às mulheres, tanto no legislativo quanto no executivo, não sendo ainda o ideal, mas com elas disputando junto aos homens num grande número de cidades. Houve aumento considerável das candidaturas femininas, contudo a cota de gênero foi descumprida ainda em mais de 700 municípios.
E o balde de água fria foi entornado por uma liderança feminina, que declarou em evento político de âmbito e repercussão nacional, que o homem deve liderar a política como “machão, gestor e administrador” enquanto suas mulheres devem ajudar com um suporte “social”. “O maridão machão, gestor, administrador, e a mulher, com seu olhar feminino, ajudar ali no social… cabe a mulher apenas essa política colaborativa”. Vá dormir com uma declaração dessa! Mulher machista chega a ser mais radical do que o próprio homem.