Crônicas

E setembro chegou

O título acima me traz à memória um filme da minha juventude, uma comédia romântica, e o significado do setembro para mim. Adoro os meses de verão, que simbolizam férias e calor, tudo o que aprecio, porém o mês predileto é setembro.

Por: Marilene Depes em 13 de setembro de 2021

O título acima me traz à memória um filme da minha juventude, uma comédia romântica, e o significado do setembro para mim. Adoro os meses de verão, que simbolizam férias e calor, tudo o que aprecio, porém o mês predileto é setembro. Não curto o frio e a chegada da primavera tem um sentido profundo – metade de mim desabrocha com as flores, metade é verão repleto de calor.
Exatamente quando setembro vem surge uma vontade enorme de amar, de dançar, de caminhar pelas ruas, de fazer ginástica, de me cuidar, de comprar roupas novas de verão – raramente compro no inverno, em geral as engaveto em setembro e retiro em maio, as mesmas há anos! Detesto lã, roupas pesadas e em excesso, botas, cachecóis, gorros, de me vestir como se estivesse me embrulhando. Prefiro trajes leves, coloridas e suaves. E em setembro tudo se modifica, tanto o estado de espírito e o humor, quanto e a vontade de me fazer bonita para meus amores e para a vida.
Aqui em casa observo que setembro é o período de acasalamento dos pássaros e os ninhos com ovinhos e filhotes se multiplicam nas árvores, nos xaxins, nas trepadeiras, nas vigas dos telhados – sabiás, bem-te-vis, beija-flores, corujas, canários, joãos de barro, rolinhas, maritacas, saíras entre outros que não sei denominar. E alguns retornam no ano seguinte ao mesmo local e muitas das casinhas que espalhamos pelo quintal são ocupadas. E sem falar dos inúmeros saguis que surgem com seus filhotinhos nas costas. Imagino que os outros animais, no meio ambiente, se acasalam neste período, e a nossa própria natureza, que é uma mistura humana e animal, também é influenciada pelas mudanças climáticas.
Outro detalhe que muito me estimula é que, em geral, no inverno pouco chove e a vegetação definha, o quintal fica triste e eu também. Em setembro chegam as chuvas e o calor, tudo que a natureza necessita para vicejar e florescer, e o maior espetáculo ocorre quando a chuva cai trazendo consigo verde e vida em abundância. Dormir ao som da água escorrendo no telhado é uma benção dos deuses!
Quando jovem não tinha consciência desses sentimentos, mas não deve ter sido por acaso que escolhemos setembro para celebrar o nosso casamento, e assim comemoramos a vida e a possibilidade de ficarmos juntos por muitos anos mais, na aceitação das diferenças, nas tribulações, e principalmente no amor.