Saúde
Saúde intestinal: descubra sua importância e 5 passos para melhorá-la
Sono desregulado, má alimentação, pouca atividade física… Alguns hábitos trazidos pela nova rotina influenciaram o funcionamento do intestino. E se você desconfia que o seu está desregulado, é hora de dar mais atenção a ele.
Por: Redação em 18 de junho de 2020
Diante dos tantos problemas que temos que lidar no dia a dia, a saúde intestinal parece ser a última coisa com o que nos preocupar, não é mesmo? Mas não se engane: o órgão pode sim melhorar sua qualidade de vida na quarentena. Entenda. Sono desregulado, má alimentação, pouca atividade física… Alguns hábitos trazidos pela nova rotina influenciaram o funcionamento do intestino. E se você desconfia que o seu está desregulado, é hora de dar mais atenção a ele. Afinal:
O intestino é nosso segundo cérebro
Cientistas descobriram que há uma ligação entre o sistema nervoso periférico (nervos e neurônios que ficam fora do sistema nervoso central) e o sistema nervoso entérico (aquele que comanda a digestão). O que isso significa? Que o primeiro interage com a mucosa intestinal, além de detectar e responder a estímulos externos, funcionando como um órgão sensorial.
Sem contar que o intestino possui cerca de 100 milhões de neurônios e é também lar de 70 a 80% das células imunológicas existentes em todo o corpo. Quando pensamos no funcionamento do organismo, devemos ter em mente de que todos os nossos órgãos estão conectados. E estudos demonstram que a saúde intestinal reflete em muitas situações.
Ele ajuda a regular o humor
Quando saudável, o intestino consegue converter o triptofano (um aminoácido essencial encontrado em alimentos como peixes, ovo, nozes, castanhas e leguminosas) em serotonina, hormônio que atua no humor, qualidade do sono, apetite e até em quadros de depressão e ansiedade.
Contudo, para isso acontecer, é preciso que a sua saúde intestinal esteja em dia e a microbiota equilibrada. O que significa que você deve ingerir pre e probióticos regularmente.
Prebióticos: São fibras (presentes em verduras e legumes) que atuam como o “alimento” das bactérias boas do intestino.
Probióticos: São os próprios bichinhos benéficos ao organismo. Eles agem impedindo a multiplicação de microrganismos patogênicos em nosso sistema digestivo e reforçando a barreira intestinal, o que é importante para que o órgão possa determinar o que será absorvido ou não.
E influencia na imunidade, pele e processos inflamatórios
A saúde intestinal prejudicada gera um processo chamado disbiose – presença de mais bactérias ruins ao corpo do que boas. As barreiras do órgão, então, são prejudicadas, dificultando a absorção de nutrientes e permitindo que restos de alimentos mal digeridos e toxinas sejam absorvidos. O que pode ser associado tanto ao desenvolvimento de processos inflamatórios (e a consequente baixa na imunidade) quanto ao ganho de peso, obesidade, resistência à insulina e aparecimento de alergias.
Seu intestino fala
Sim, precisamos falar sobre cocô. Afinal, é por meio dele que percebemos se está tudo ok com a nossa saúde intestinal ou se há algo fora do comum. Devemos prestar atenção na hora de ir ao banheiro:
Frequência. O ideal seria ir todos os dias ao banheiro, ou dia sim e dia não. Em um dia, é considerado normal ir até três vezes.
Cor. As fezes ideais são pastosas e de cor amarronzada. A cor branca indica um provável problema hepático [no fígado] ou de vesícula. Já a preta, como se fosse um pixe no fundo do vaso sanitário, pode sinalizar que há a presença de sangue no bolo fecal – correspondente a um sangramento digestivo alto, como no estômago. Vale lembrar que o sangue nas fezes também pode ser causado por um problema mais simples, como a doença hemorroidária ou fissuras anais. Em todo caso, é essencial procurar um médico.
Sons. Uma barriga muito barulhenta significa que o peristaltismo (movimentos intestinais) está aumentado. Isso é causado por diversos fatores, desde um quadro de estresse até uma intoxicação alimentar. Mas é sinônimo de alteração. O ideal, nesse caso, é ficar atento e observar outros sintomas.
Cheiro. Gases muito frequentes ou com odores característicos podem não ser provenientes somente de um problema intestinal. Eles podem estar relacionados com uma gastrite crônica, onde os alimentos não são digeridos de forma adequada e a fermentação propicia o aparecimento dos gases. Eles também são oriundos de uma dieta rica em carboidratos que não são digeridos no estômago e acabam sendo fermentados no intestino por bactérias, gerando o mal cheiro.
Então, como cuidar melhor de nossa saúde intestinal?
1 – Coma melhor
A alimentação equilibrada e rica em ingredientes que contém fibra é a aliada número um de um intestino saudável. Frutas como mamão, laranja com bagaço e maçã com casca são ótimos. Com relação aos vegetais, aposte em repolho, alface e couve. Também inclua na dieta cereais integrais e sementes como linhaça, chia, de abóbora e de gergelim. Evite também os industrializados, processados e açucarados.
2 – Mexa o corpo
Os exercícios, principalmente os cardiovasculares, fazem o sangue circular pelo corpo com mais eficiência. Isso ajuda a evitar a constipação. Praticar atividades físicas com regularidade faz a movimentação do trânsito intestinal acontecer com mais facilidade. Desse modo, a sensação de “entupimento” vai embora.
3 – Beba água
A água auxilia na lubrificação das paredes intestinais e na movimentação fecal. Isso faz com que as fezes tenham passagens mais livres. Portanto, preste atenção se está ingerindo menos líquidos de uns tempos para cá. Alguns aplicativos calculam o volume diário ideal para você (baseado no peso), e enviam notificações para te lembrar do hábito.
4 – Não segure o cocô
Ignorar os sinais de que devemos ir ao banheiro faz com que as fezes voltem para o cólon e fiquem absorvendo água, endurecendo até a próxima chamada. Além de gerar desconforto e inchaço, isso pode ocasionar uma série de outros problemas, como prisão de ventre e hemorroidas. Em casos mais graves, pode até causar uma distensão do intestino e a perda de força dos músculos do reto.
5 – Durma mais (e melhor!)
Cientistas descobriram a relação entre noites mal dormidas e uma doença chamada colite ulcerativa. A pesquisa feita nos Estados Unidos, apontou que quem dorme menos de 6 horas por noite tem mais riscos de desenvolver o problema, cujos sintomas são diarreia com muita frequência durante o dia, fortes cólicas, perda de apetite e de peso e até febre.