Crônicas

A mulher na saúde

Escrevo na semana dedicada à mulher. Velho de guerra, não me arrisco a aprofundar no tema. Tenho aqui na revista, duas velhas guerreiras, Regina e Marilene.

Por: Wilson Márcio Depes em 13 de março de 2023

Escrevo na semana dedicada à mulher. Velho de guerra, não me arrisco a aprofundar no tema. Tenho aqui na revista, duas velhas guerreiras, Regina e Marilene. Se falhar numa vírgula, estou perdido. Mas, abusivamente, cito uma frase de Simone de Beauvoir, dentre tantas, que gosto muito: “No dia em que for possível à mulher amar em sua força, não em sua fraqueza, não para fugir de si mesma mas para se encontrar, não para se demitir mas para se afirmar, nesse dia o amor se tornará para ela, como para o homem, fonte de vida e não perigo mortal”.
Dito isso, registro que a manifestação desta semana em Cachoeiro (quarta-feira, dia 8), além de competente, foi altamente importante do ponto de vista social e político. Talvez uma das mais consistentes de nossa história. Todas estão de parabéns. Nessa escalada, daqui a pouco teremos outra ministra no Supremo Tribunal Federal, segundo circula nas hostes do Palácio do Planalto. Fico feliz, aliás, muito feliz.
Agora, pulo para interessante entrevista concedida pela Ministra da Saúde, Nísia Trindade, que, em verdade, é a primeira mulher ministra da saúde do país. Diz ela, sobre o fato de que uma mulher morre a cada dois dias por causa de abortos clandestinos – as vítimas são mulheres pretas – “que essa é uma discussão que precisa envolver toda sociedade por causa da delicadeza do tema. Nos casos em que existe permissão ao aborto (risco à vida da gestante, violência sexual e anencefalia fetal), faremos com que o SUS garanta a lei e o acolhimento”. Afirma que “Nosso objetivo, falo como Ministra da Saúde, independentemente das minhas convicções pessoais, é discutir o tema com dados e garantir o que a lei já estabelece”.
No que tange ao que podemos esperar da Ministra, mais propriamente o que ela pretende fazer em seu Ministério, é que prevaleça o princípio de integralidade do SUS possa ser efetivado e que nós tenhamos um sistema de saúde fortalecido. “Não quero contribuir com a marca de um programa isolado, mas com essa visão integrada da saúde e da qualidade do acesso. Temos que trabalhar com a ideia de saúde de qualidade para todos”.
A rigor, pelo menos em tese, tudo que sempre sonhamos. Viva a mulher!