Por onde andava, via escombros, por todos os lados. Tudo no chão, caído, desmoronado, de impossível conserto.
Alguém sabe me dizer, me explicar tim-tim por tim-tim, como é que se faz aquela mágica da cartola? Aquela onde tiramos coelhos, lenços, penso até que com jeito conseguimos retirar de lá, o que quiser.
Raiva, é o nome que dá, a tudo aquilo que precisamos para ontem, más parece que não se dá. A unha recém pintada, estraga inteira, era preciso esperar secar!
Neste ano novo, acendo uma vela, em meio ao escuro da noite, abro a cova, lentamente, parece contraditório, mas é com carinho, que enterro lá, as velhas ambições, ideias, sonhos, projetos, ideais, amores, amigos, muito do que trazia comigo.
Tem coragem, de olhar para trás? Pergunto, pois há quem leve a vida acreditando no mito da Medusa, se olhar para trás paralisa, vira pedra.
Sabe quando éramos mais novos, e achávamos difícil tanta coisa fácil (hoje reconhecemos). Seria o difícil de hoje, o fácil de amanhã!?
A dor vai te atravessar. E seguiremos, apesar e em função dela. A dor é seta, nos mostra caminhos, nos rasga para dar passagem a mais vida, a mais de nós mesmos e do mundo, que não imaginávamos que ainda iríamos descobrir.
Quando se dá a percepção? A consciência? Quando é que a ficha cai? Que a luz ascende? Bingo!!!