Crônicas

Por entre as pedras

Por onde andava, via escombros, por todos os lados. Tudo no chão, caído, desmoronado, de impossível conserto.

Por: Janine Bastos em 26 de abril de 2022

Por onde andava, via escombros, por todos os lados.
Tudo no chão, caído, desmoronado, de impossível conserto.
Ali nada havia se não pedaço do que hoje, já não é mais.
Além de mim, não via uma alma viva, até que …
…De supetão, me deparei com você.
Nos olhamos nos olhos e parece que já nos conhecíamos intimamente, sabe?
Quando um olhar diz mais que mil palavras.
O nosso nos disse para sairmos dali, já não havia o que recuperar.
Deixar a morte chegar, e poder a encarar de frente, nos faz, nos abrirmos ao novo, às novas possibilidades, pois é fato, a vida deve seguir.
Demos as costas aos escombros e de mãos dadas nos retiramos e pudemos assim respirar novos ares, experimentar novos lugares, novos assuntos, novos beijos, novos, novos, novos.
Até que, ops!
Esse novo não é assim tão novo, parece que já conheço esta postura e atitude.
O que fazer?
Chorar?
Desistir?
Desesperar?
Me calei e me afastei, conversamos e resolvemos que iríamos passar por este caminho de pedras com calma, vai que …
…Ops, mais uma vez o inesperado.
De repente achamos, ali, jogado em meio às pedras, um grande ensinamento.
Não era preciso cobrir a insegurança com atitudes disfarçadas de superioridade e força, que faziam o outro se sentir menos e assim, bingo, automaticamente você se sentiria mais forte, ops.
Mais adiante avistamos em meio as pedras outro papel, que dizia, que ser forte na fraqueza do outro, não é força e sim covardia.
Nos olhamos novamente como quem compreendeu, o que precisava e levaremos adiante esta grande lição.
Afinal, quando o jogo é de dois, atacar o outro é ter a dor refletida em si mesmo.
Cuidado, zelo, carinho e proteção, é o necessário quando se juntam dois corações.
E não é , que com pedras, se constroem grandes castelos!