Crônicas

Corredor cultural

A primeira vez que ouvi falar em “Corredor Cultural” se referindo à Rua 25 de Março, foi através da professora, artesã e membro do Instituto Histórico e Geográfico, Maria Théa Baptista Cardoso.

Por: Marilene Depes em 17 de novembro de 2021

A primeira vez que ouvi falar em “Corredor Cultural” se referindo à Rua 25 de Março, foi através da professora, artesã e membro do Instituto Histórico e Geográfico, Maria Théa Baptista Cardoso. Tinha conhecimento dos antigos casarios cujos moradores se destacaram na vida cultural e política do nosso Município, porém não havia pensado na relevância de tal fato, e o quanto poderia agregar à cultura e ao turismo tornar público o que tem significado para a história, e que vai-se perdendo no tempo pela ausência de um projeto específico, a fim de dar à Rua 25 de Março o seu devido destaque. E veio-me à memória a cidade de Conservatória, no Município de Valença no Rio de Janeiro, que através de um projeto cultural, alavanca o turismo e a economia da cidade.
Numa rua em que algumas edificações são históricas como o prédio da Maçonaria, onde também funciona a Escola Guimarães Rosa, a Casa da Memória, que agrega a Biblioteca Municipal “Major Walter dos Santos Paiva” e a Academia Cachoeirense de Letras, a residência da família Braga, hoje Museu Municipal, o Centro Operário e de Proteção Mútua – baluarte histórico e de apoio aos trabalhadores, a Casa do Estudante, de onde surgiram grandes nomes da política nacional, que promovia eventos culturais, e durante o período da ditadura se firmou como espaço de resistência. Rua dos ex-Prefeitos, Francisco de Carvalho Braga, Roberto Valadão Almokdice e Carlos Roberto Casteglione, dos escritores, Rubem Braga, Newton Braga, Gláucia Moulin Coelho, e o poeta Nelson Sylvan, dos educadores Zilma Coelho, Deusdedit Baptista e sua esposa Théa, várias famílias de destaque: Ribeiro – cujos filhos se distinguiram na carreira jurídica, Imperial, Vargas, Villas, Athayde, Júdice, Mendes, entre tantos. Após a reforma de ruas realizada pelo Prefeito Carlos Casteglione, a 25 de Março de estendeu até a ponte de pedestres. E nesse trecho inclui-se a residência do Professor José Paineiras e a gráfica do jornal O Brado, e mais adiante, no térreo do prédio do Sr. José Afonso o espaço da Radio Difusora. Ressalto na referida rua a presença de indústrias como o Café Campeão. E inúmeras escolas e espaços religiosos e sociais.
Cabe agora preparar um Projeto, juntamente com o Instituto Histórico e Geográfico, e apresenta-lo à Câmara Municipal, a fim de transformar a 25 de Março num “Corredor Cultural” de fato e de direito, dando destaque a todas suas memórias através de placas indicativas, diante dos locais em que viveram os que fizeram a história na nossa cidade. Obrigada Maria Théa e sua mãe Lindoya, pela preciosa pesquisa aqui resumida.