Saúde

Dr. Bruno Resende cria grupo de trabalho para melhorar acesso à hemodiálise no ES

A hemodiálise, ou terapia renal substitutiva, é necessária quando os rins param de funcionar, explica Dr. Bruno Resende, que é médico. Quando isso ocorre, a máquina substitui os órgãos naturais.

Por: Redação em 31 de maio de 2025

 

 

O presidente da Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa, deputado Dr. Bruno Resende, anunciou nesta semana a criação de um grupo de trabalho para propor melhorias no acesso à Terapia Renal Substitutiva (TRS), ou hemodiálise, no Espírito Santo. A decisão foi tomada após audiência extraordinária da Comissão, realizada na segunda-feira (26) com a presença de representantes da Secretaria Estadual de Saúde e de especialistas da área.

A hemodiálise, ou terapia renal substitutiva, é necessária quando os rins param de funcionar, explica Dr. Bruno Resende, que é médico. Quando isso ocorre, a máquina substitui os órgãos naturais.

Emendas de autoria do deputado Dr. Bruno Resende já beneficiaram a área. Os recursos foram destinados à Santa Casa de Guaçuí e à Santa Casa de Cachoeiro, para a manutenção de 10 máquinas que estavam paradas. Elas voltaram a funcionar, possibilitando um total de mais de 3,2 mil procedimentos de hemodiálise.

 

Carência em regiões

Durante a reunião, o deputado destacou as distorções enfrentadas no atendimento a pacientes renais no Estado, com os chamados vazios assistenciais em algumas regiões, especialmente a Região Sul.

“Quando os rins param de funcionar, a máquina tem que fazer esse papel e o paciente em geral só sai da máquina transplantado ou, infelizmente, perdendo a vida. Precisamos levar dignidade a essas pessoas. E não é só garantir o tratamento: é garantir que esse acesso ocorra com respeito à vida dessas pessoas”, declarou Dr. Bruno Resende.

“Não queremos ver gente passando três, quatro, seis horas na estrada, três vezes por semana, para fazer hemodiálise. Não queremos ver crianças sem vaga no Espírito Santo. Crianças que, por perderem o dia inteiro indo e vindo, ficam fora da escola. Precisamos de políticas públicas que deem dignidade no acesso. É isso que esse grupo de trabalho vai buscar”, afirmou o deputado.

 

Gargalos regionais

A coordenadora da Central Estadual de Regulação da TRS, Gilseia Sossai Silva Forza, apresentou um panorama técnico do sistema de regulação de vagas, que é operado pelo Sistema MV Regulação, adotado pela Sesa.

“É um sistema transparente, auditável, com critérios técnicos claros. A regulação é baseada em protocolo e prioriza os casos com maior necessidade. Nosso esforço é garantir que cada paciente seja atendido na sua própria região de saúde”, explicou Gilseia.

Ela destacou, porém, que a Região Sul do Espírito Santo enfrenta hoje a maior deficiência de vagas para hemodiálise, estando com capacidade esgotada. A Região Norte também opera no limite, enquanto as regiões Central e Metropolitana apresentam situação mais estável.

“O sistema permite o monitoramento em tempo real da rede. Isso nos ajuda a acionar prestadores de serviço, mas em algumas regiões a rede está saturada. Precisamos ampliar a oferta especialmente no Sul”, completou a coordenadora.

 

Próximos passos

O grupo de trabalho anunciado por Dr. Bruno Resende reunirá parlamentares, técnicos da Sesa, profissionais da área e representantes da sociedade civil. A primeira reunião está prevista para os próximos 30 dias, com o objetivo de reunir propostas e elaborar um documento técnico que será apresentado à Secretaria de Estado da Saúde.

“Queremos apresentar soluções concretas para a Sesa. O nosso papel é fiscalizar, mas também construir juntos. Vamos buscar um Espírito Santo em que nenhum paciente renal precise escolher entre o tratamento e a própria vida cotidiana”, finalizou o presidente da Comissão de Saúde.

Também participaram da audiência realizada na segunda-feira os médicos nefrologistas Dr. Lauro Monteiro Vasconcellos Filho e Dr. Sérgio Damião, a gerente de Regulação da Sesa, Luciana Leite, a médica nefrologista do HUCAM e Referência Técnica da Sesa, Dra. Alice Pignaton Nasseri, e o médico Alexandre Moraes, vice-presidente da ABCDT Regional do Rio de Janeiro – a ABCDT é a Associação Brasileira de Clínicas de Doentes Renais.