Crônicas

Falando de profissões

Que o trabalho dignifica o homem é uma frase batida e repleta de significado. Roberto Marinho dizia que algumas pessoas vêm ao mundo à lazer e outras ao trabalho, grupo ao qual se inseria.

Por: Marilene Depes em 18 de abril de 2022

Que o trabalho dignifica o homem é uma frase batida e repleta de significado. Roberto Marinho dizia que algumas pessoas vêm ao mundo à lazer e outras ao trabalho, grupo ao qual se inseria. Eu faço parte do segundo grupo, sinto prazer em trabalhar e apesar de aposentada há anos, quando questionada a respeito de minha profissão faço questão de citar o trabalho que realizo. Imagino o quanto ficarei frustrada quando impedida de realiza-lo por conta da idade.
Admiro todos os profissionais, do gari ao médico, todos que realizam seu trabalho com empenho e dedicação. Me encanta a alegria dos coletores de lixo que passam em minha rua na maior algazarra pela madrugada; como me encanta um médico que atende as pessoas, em consultórios públicos ou privados, com dedicação e empatia. E todos os profissionais merecem ser reconhecidos e respeitados, eu nunca poderia exercer as atividades fora do lar se não tivesse quem me ajudasse a cuidar da casa e dos filhos pequenos.
Mas hoje especificamente sou muito grata a uma classe de profissionais que nos permite manter a lucidez no meio do caos em que vivemos – os jornalistas. Quero saudar os jornalistas de fato, aqueles que se prepararam com muito empenho para o exercício da profissão, entre tantos que se autodenominam. Gosto de estar informada e meus veículos de informação sempre foram os jornais impressos e os televisivos. Confio na notícia assinada por um jornalista ou exposta por quem “põe a cara na reta” a fim de informar. No meio a um turbilhão de informações veiculadas pela internet, ao ler procuro a assinatura do jornalista responsável pela informação, se não encontro já descarto na certeza que se trata de fake news.
Num período pré eleitoral as fake news se avolumam nas redes sociais, e muitas vezes elas são tão bem estruturadas que os incautos caem facilmente, principalmente se a notícia falsa for do interesse pessoal. Em geral, para proteger-me deleto os inconvenientes das minhas redes sociais, tento não ouvir informações falsas, e tenho um olhar de desconfiança e até compaixão por pessoas que ficam todo o tempo com um celular nas mãos, recebendo e compartilhando idiotices e escravos das redes sociais, que contemplam a irracionalidade humana. Importante levar em consideração que as mentiras são mais excitantes que as verdades.
E sou grata aos jornalistas que estudaram e se prepararam para com seriedade e ética nos manter à par das informações, eles que garantem o respeito à democracia e impedem um retrocesso da civilização nocauteada por tantas fake news.