Crônicas

O livro de Garcia Marques

A amiga jornalista Regina Monteiro, em sua famosa coluna – na verdade, são duas páginas – disse que este escriba entenderia de política cachoeirense e nacional.

Por: Wilson Márcio Depes em 12 de março de 2024

A amiga jornalista Regina Monteiro, em sua famosa coluna – na verdade, são duas páginas – disse que este escriba entenderia de política cachoeirense e nacional. Preciso retificar, porque gostar não é o mesmo que entender. Tento dar alguns palpites, em decorrência da convivência que tive – e tenho – com políticos, que, afinal, muitos deles viram amigos. E até clientes. Pois bem, partindo dessa informação – e ao mesmo tempo premissa – quero informar a Regina e aos seus milhares de leitores, que, mesmo com a aproximação das eleições municipais, estou dedicando meu tempo a ler o desenrolar do último livro de Gabriel Garcia Marques.
A imprensa já encontrou uma manchete: “Romance póstumo e a contragosto”. Por que esse título? Porque “Em agosto nos vemos” – nome do livro – só saiu porque os filhos desobedeceram ao pai. Aliás, Nobel de Literatura colombiano. Segundo se sabe, antes de morrer, Gabo deixou claro para a família que faltava qualidade ao romance e que seus os originais deveriam ser queimados.
Dez anos depois, os filhos consideraram que “o mundo precisa conhecer a única narrativa completa ainda inédita deixada pelo lendário autor”. Agora, por óbvio, cabe a nós um julgamento que, asseguro, será feito depois de uma prazerosa leitura. Chamo atenção de que o romance fecha a trilogia sobre o amor a idade madura. Os anteriores são: “Dom amor e outros demônios”; e “Memórias de minhas putas tristes”.
Um pequeno resumo: Gabo conta história de Ana Magdalena, uma mãe de família que viaja todo o mês de agosto para visitar o túmulo da mãe. Certa noite, ela cede aos avanços de um homem no bar do hotel onde fica hospedada. A partir daí sua vida muda completamente. A cada mês de agosto, ela escolhe um amante diferente, esquecendo nesses prazeres as “obrigações” com marido e filhos. E por aí segue. Agora, cabe a nós julgarmos.