Crônicas

O papel da Maçonaria na Independência

A independência do Brasil não teria acontecido sem a interferência da Maçonaria, esta que era o único grupo organizado no país e cujos princípios de Liberdade, Igualdade e Fraternidade inspiraram mudanças e revoluções sociais no mundo todo.

Por: Marilene Depes em 19 de setembro de 2022

A independência do Brasil não teria acontecido sem a interferência da Maçonaria, esta que era o único grupo organizado no país e cujos princípios de Liberdade, Igualdade e Fraternidade inspiraram mudanças e revoluções sociais no mundo todo. No Brasil vários movimentos tiveram a atuação da maçonaria, como a Inconfidência Mineira, cujo líder Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, era maçom. Os maçons representavam a elite pensante e econômica da época, e eram contrários às pretensões da Coroa Portuguesa, que queriam que o Brasil, já elevado à condição de Reino Unido retornasse a ser colônia de Portugal.
Em 1817, a Revolução Pernambucana, liderada por maçons, depôs o governador e proclamou a República, que pouco durou, seus líderes foram enforcados, com exceção de Frei Caneca que também era maçom. Foram derrotados, porém as ideias liberais disseminadas pela Maçonaria eclodiam no mundo todo, os regimes coloniais e as monarquias absolutistas estavam com os dias contados.
Em 2 de agosto de 1822 D. Pedro I foi iniciado em uma loja maçônica, sendo que os principais articuladores da independência, José Bonifácio de Andrada e Silva, ministro e conselheiro de D. Pedro, Joaquim Gonçalves Ledo e José Clemente Pereira eram maçons e grandes responsáveis em convencer D. Pedro à causa da Independência.
Desde que D. Pedro recebera ordens da Corte portuguesa para retornar a Portugal, foi o grupo de maçons que tinham acesso ao palácio que o convenceu a ficar no Brasil, cuja data, 9 de janeiro, ficou conhecida como Dia do Fico quando D. Pedro declarou: “Se é para o bem de todos e felicidade geral da Nação, estou pronto, digam ao povo que fico”.
Em agosto de 1822 foram redigidos manifestos contra as Cortes Portuguesas, sendo seus autores dois maçons, Gonçalves Ledo e José Bonifácio. O manifestos seguiam diferentes linhas em relação a Coroa Portuguesa, mas ambos eram declaradamente a favor da independência do Brasil.
A independência brasileira foi resultado direto da ação da Maçonaria tendo José Bonifácio recebido o título de “Patriarca da Independência”. E culminou quando D. Pedro desembainhou sua espada e proclamou em 22 de setembro de 1822, há 200 anos:
“Pelo meu sangue, pela minha honra, pelo meu Deus, juro fazer a Independência do Brasil. Brasileiros a nossa divisa de hoje em diante será INDEPENDÊNCIA OU MORTE!”