Especial

A magia na água

Quem cuida para que isso aconteça é a BRK, concessionária dos serviços de água e esgoto do município, que faz a gestão de uma complexa estrutura física, tecnológica e humana para que tudo ocorra perfeitamente.

Por: Redação em 6 de fevereiro de 2023

 

Quem passa pela avenida Beira Rio, em Cachoeiro de Itapemirim, comumente olha para o rio e vê a sua água com aspecto barroso, com a cor marrom. E, por vezes, logo pensa: como é que essa água consegue chegar limpinha em nossas torneiras? A resposta é simples, mas o processo, nem tanto. Quem cuida para que isso aconteça é a BRK, concessionária dos serviços de água e esgoto do município, que faz a gestão de uma complexa estrutura física, tecnológica e humana para que tudo ocorra perfeitamente.

Quem explica um pouco sobre esse trabalho é o coordenador de tratamento da BRK, Leonardo Samuel. “O primeiro passo é a captação da água. Temos na margem norte do rio, na Ilha da Luz, um ponto específico para captar a água que é encaminhada, por meio de um canal subterrâneo, até o ponto de adução, onde se inicia o passo a passo do tratamento, que, em resumo, passa pelas seguintes etapas: coagulação, floculação, decantação, filtração, correção de pH, desinfecção e fluoretação, e por fim, a reservação e distribuição”, explicou Leonardo.

O que chama a atenção é que todo esse trabalho é realizado com monitoramento em tempo real, de forma permanente e ininterrupta. Enquanto dormimos, trabalhamos, almoçamos, enfim, estamos fazendo nossas tarefas do dia a dia, a água está circulando por debaixo das ruas da cidade, indo de um canto a outro, e sempre sob o olhar atento desses profissionais.

 

O coordenador de tratamento da BRK, Leonardo Samuel, na etapa em que a água passa por processo de decantação em grandes tanques

 

 

Adução

Leonardo explica que “a adução é o processo que leva a água para ser tratada. Para isso, se faz necessária a remoção dos resíduos sobrenadantes. Isso ocorre por meio de três gradeamentos que possuem espaçamentos específicos, além de um sistema desarenador, responsável por reter os resíduos grosseiros, principalmente areia.

Coagulação

O coordenador de tratamento da BRK explica: “nessa etapa, é aplicado o coagulante responsável pela aglomeração das partículas (impurezas) presentes na água, que pelas suas características, não se sedimentam simplesmente pela ação da gravidade, possibilitando sua remoção do processo”.  Para quem não é da área, é a partir desse processo que os termos e as palavras começam a ficar mais técnicas e pouco comuns ao dia a dia. Mas é preciso falar sobre eles, para entender melhor tudo o que acontece no bastidor para que a água chegue limpa e potável em casa.

Floculação

“Após a coagulação, temos a floculação, etapa pela qual a água passa pelos tanques que operam com diferentes gradientes de velocidade, para que ocorra a dispersão do produto químico aplicado e a aglomeração das partículas, permitindo a formação de flocos.” acrescentou Leonardo.

Decantação

Na sequência, se inicia o processo de decantação. “A água, já com os flocos formados em propriedade e estrutura adequada, passa por grandes tanques que permitem a decantação destes flocos, que ficam retidos no fundo para posterior remoção. Com isso, a água segue em um fluxo ascendente para a etapa de filtração”.

Filtração

Saindo da etapa de decantação, a água precisa ser filtrada, processo fundamental para a qualidade do produto. O coordenador de tratamento da BRK explica que a estação possui um conjunto de filtros que têm em sua composição seixos rolados de diferentes granulometrias, pedriscos, areia e carvão antracito. “Eles são responsáveis por reter as impurezas remanescentes da etapa de decantação”.

Correção de Ph

Nesta etapa, em caso de necessidade, é aplicado um alcalinizante para manter o pH da água próximo da faixa de neutralidade.

Desinfecção e fluoretação

Essas são as últimas etapas do processo de tratamento. “Trata-se da adição de hipoclorito de sódio e/ou hipoclorito de cálcio (cloro) e ácido fluossilícico (flúor) na água. As dosagens são realizadas em função da vazão de trabalho aplicada na estação, garantindo seu enquadramento nos padrões de potabilidade para o consumo humano, conforme preconiza portaria do Ministério da Saúde”.

Reservação

Atualmente, a BRK possui uma expressiva capacidade de produzir e armazenar água. São quatro Centros de Reservação (CRs) principais, que ficam nos bairros Aeroporto, Aquidaban, Gilberto Machado (Jaraguá) e no KM 90. Há, ainda, outros reservatórios distribuídos pela cidade, além da própria sede da empresa, na Ilha da Luz. “Temos um sistema bem robusto garantindo o abastecimento de água para cada cachoeirense”, explicou.

Tamanho da rede

Para que a água chegue em todas as torneiras (escolas, hospitais, postos de saúde, casas, empresas e outros clientes), a BRK conta com uma enorme estrutura. A rede de água atual possui mais de 680 quilômetros de extensão. Isso é uma distância maior que o trajeto de Cachoeiro ao Rio de Janeiro.

Relatório anual

A BRK compartilha anualmente com seus clientes, no mês de março, o relatório sobre os sistemas de abastecimento de água. O documento traz as características dos mananciais e do tratamento, além dos resultados das análises realizadas no sistema de distribuição, informando sobre a qualidade da água que é oferecida para a população. O relatório, além de entregue impresso junto com a conta de água, fica disponível no site da empresa.

 

Mito

Muita gente já ouviu falar que “a água parece estar com muito cloro”. O coordenador de tratamento da BRK garante: é mito! Não é verdade. Segundo ele, a aplicação de produtos para desinfecção da água é controlada minuciosamente, sendo monitorada em tempo real, obedecendo os limites estabelecidos por lei. “Às vezes é possível observar uma coloração branca na água, o que ocorre quando ela repentinamente atinge grandes velocidades, mas não está atrelada ao cloro”.