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Do rio para a sua torneira: não é tão simples quanto parece

Não importa se é sábado, domingo, feriado, natal ou se tem seleção brasileira em campo, a água estará lá, limpinha e fresquinha na torneira de praticamente todas as casas de Cachoeiro.

Por: Redação em 14 de novembro de 2022

 

Fernando acorda às três e meia da madrugada. Um barulho vindo da rua tirou o seu sono. Se deu conta que, de tão cansado, havia dormido no sofá da sala de sua casa, logo quando chegou do trabalho. Decidiu ir até a cozinha, abrir o filtro conjunto com a torneira da pia e tomar um copo d’água. Antes de ir para sua cama, pensou em tomar banho, assim, poderia antecipar o que faria logo pela manhã e ganharia mais alguns minutos de sono. Assim o fez. Um banho gelado, para refrescar do típico calor que Cachoeiro de Itapemirim oferecia mesmo àquela hora.

Essa é uma história fictícia. Mas poderia não ser. Afinal, quem nunca foi arrebatado da cama durante a madrugada por um motivo qualquer? A narrativa, na verdade, revela uma realidade muito comum para cachoeirenses, mas que ainda é desafio para cidades no mundo: água potável, que não é um problema para a população de Cachoeiro. Seja quando e em qual horário for, a certeza é uma só: água não vai faltar.

Para que a água não seja uma preocupação para os cachoeirenses, existe uma estrutura complexa funcionando 24 horas todos os dias do ano. Não importa se é sábado, domingo, feriado, natal ou se tem seleção brasileira em campo, a água estará lá, limpinha e fresquinha na torneira de praticamente todas as casas de Cachoeiro.

“Cachoeiro tem as suas particularidades, seja por questão do relevo, grandes declividades ou ruas muito estreitas, e isso acaba impondo um desafio um pouco maior ao sistema de distribuição de água. Mas a BRK em Cachoeiro, que sempre foi muito bem-vista no cenário nacional quando o assunto é tratamento e abastecimento de água, muito por conta do trabalho que desempenha e da sua equipe qualificada, supera todos esses desafios com elevada eficiência operacional”. Quem garante é Marcos Pontes, recém-chegado a Cachoeiro de Itapemirim, novo gerente operacional do grupo no município, e que já esteve em diversas outras regiões do país, atuando nesse segmento.

 

 

“O ciclo da água até chegar na torneira de uma casa é um pouco complexo. Aqui na sede, a gente faz a captação no rio Itapemirim de aproximadamente 420 litros de água por segundo. E a partir realizamos o que chamamos de ciclo completo, com captação, gradeamento, desarenação, coagulação, floculação, decantação, filtração, desinfecção com cloro, fluoretação, correção de pH e depois todo o processo de bombeamento. Temos um reservatório principal, que chamamos de pulmão, com capacidade de armazenar um milhão e meio de litros de água. É desse reservatório que passamos a bombear para os reservatórios espalhados pela cidade”, resumiu Marcos Pontes, sobre o ciclo da água.

Falando assim, parece simples. Mas não é. A estrutura necessária para que toda essa operação funcione sem interrupções ou erros é enorme. Imponente. No entanto, como grande parte dela está debaixo do solo, fica difícil mensurar.

 

Marcos Pontes, recém-chegado a Cachoeiro de Itapemirim, é o novo gerente operacional do grupo no município, e que já esteve em diversas outras regiões do país, atuando no segmento

 

Consumo consciente

Se, por um lado, a empresa responsável pelo tratamento e abastecimento de água cuida internamente para fazer sua parte, do outro, a população também dá a sua contribuição. A média de consumo de água por dia por habitante em Cachoeiro é de 127 litros, enquanto a média nacional é de 152 litros. “É fruto de um trabalho conjunto. Demonstra que, primeiro, a empresa dá o exemplo. Mas também investe em conscientização. Temos campanhas regulares, chamando a atenção para o uso consciente da água”, enfatizou Marcos Pontes. Isso vem refletindo também no cuidado com o Rio Itapemirim. “A própria população é agente fiscalizador de preservação do rio. Quando alguém vê algo irregular, imediatamente busca uma forma de comunicar às autoridades competentes”, ressaltou. Embora Cachoeiro tenha uma situação de segurança hídrica confortável, é preciso sempre estar em alerta: “a gente tem períodos de pouca chuva e muita seca. O verão está vindo aí e o consumo aumenta, por isso, é sempre importante manter o consumo consciente”.

 

O caminho da água

Falar do caminho que a água percorre é sempre desafiador. De maneira resumida, a BRK busca a água no Rio Itapemirim, traz para dentro do seu sistema de tratamento por longos corredores de água, onde chegam a enormes tanques de tratamento. Cada um desses tanques tem uma fase e função. É aí que o desafio acontece. Porque muito embora parece tudo igual, as águas têm as suas diferenças, principalmente, as que vêm dos rios. O trabalho da BRK é fazer, justamente, com que não tenhamos a condição de perceber isso e desfrutemos apenas desse bem natural indispensável para a existência humana.

 

Trabalho que não para

Se nunca lhe ocorreu a preocupação com a falta ou não da água na sua casa, isso tem um motivo: lá na BRK tem gente o tempo inteiro observando o que está acontecendo na rede de distribuição. Na sede da empresa, existe uma central de monitoramento, onde é possível acompanhar em tempo real tudo o que se passa na cidade.

“É uma operação full time, onde a Central de Controle Operacional (CCO) faz todo o monitoramento remoto do nosso sistema de bombeamento, assim como observa as vazões de entrada e saída de água, além dos níveis de reservatório, se é preciso aumentar ou não. Caso apareça alguma coisa de anormal na tela, acionamos as equipes de rede, que ficam disponíveis para essas eventualidades para solucioná-las. Tem gente todo dia, o dia inteiro, olhando para tudo o que está acontecendo na rede”, explicou Marcos Pontes.

Todo esse controle garantiu também que a própria empresa reduzisse as perdas que acontecem na rede. Segundo Marcos, hoje, o índice de perda gira em torno de 23%. No passado, antes da concessão pública, chegava a 56%. “Estamos bem abaixo da média nacional, que é de 40%. Em Cachoeiro, a BRK tem um trabalho que é referência. Isso é fruto de investimento em uma série de ações, obras, instalação de válvulas, entre tantas outras iniciativas”, acrescentou.