Crônicas

Eu e os animais

Por conta dos netos levarem animais para minha casa, ela se transformou num mini zoológico

Por: Marilene Depes em 2 de março de 2020

Convivi com animais por toda minha vida, na casa dos meus pais tinha cães, gatos, galinhas, patos, galinholas, papagaios, periquitos, porcos, cavalos, entre outros. Todos meus irmãos possuíam animais e como o cavaco não cai longe do pau, também eu, filhos e netos. Gosto de conviver com eles, naturalmente, cada um em seu espaço, não sou de ficar os acariciando, mas demonstro meu amor com cuidados e atenção. Por conta dos netos levarem animais para minha casa, ela se transformou num mini zoológico. Mas quero falar de animais em Marataízes, onde minha casa é aberta, com muros baixos e por conta disso os animais se achegam, principalmente os gatos e até gambá de vez em quando. Minha filha é “gatófila”, acolhe gatinhos de rua, os adota e os trás consigo para as férias. Como mora em apartamento seus gatos se sentem numa colônia de férias, explorando quintais e telhados das redondezas.
E os gatos de rua se apossam do nosso quintal. Neste ano apareceu uma gatinha rajada, magrinha, debilitada e com diarreia. Logo foi batizada de Macarena e passou a habitar o quarto do meu neto, adotando nossa família de imediato. Ela foi medicada e se fortalecendo logo apareceu um gato de rua tentando seduzi-la. Ficamos preocupados com uma gravidez precoce e como ela não conhece o programa Sexo Zero da Ministra Damares, , decidimos castra-la. E a levamos para o veterinário cuja sala de espera estava repleta de cães, das mais variadas raças, mais parecia um campo de concentração. Os cães chegavam desconfiados, arrastados pelos donos e de tão assustados nem se estranhavam – pit bull, rottweller, pastor, doberman, todos harmonicamente solidários pelo medo. Macarena foi castrada e no seu retorno a frustração do gato sedutor foi visível.
E no dia da minha filha retornar, uma gatinha sumiu, talvez pretendendo prolongar as férias. Ela nos deixou incumbidos de leva-la quando aparecesse. Só que ela desapareceu, a ausência da família na casa não facilitava seu regresso. Colocávamos ração e água e ela vinha se alimentar na madrugada, e não a víamos. Minha filha retornou a Marataízes durante o dia para leva-la e ela não apareceu, a agonia era de toda família, imaginávamos a dor da gatinha que já fora abandonada anteriormente. E minha filha retornou à noite, e na madrugada a fugitiva voltou. Foi uma alegria geral! E mesmo eu, “cachorrófila” de carteirinha, estou encantada com os gatos e a sensibilidade que possuem.