Artigo

Felicidade e Saúde

Vivemos sob a obrigação de aparentarmos felicidade. Exibimos carro, celular, casa, boa aparência... Como um troféu pelo alcance da felicidade, nem sempre existente

Por: Sergio Damião em 13 de junho de 2023

Vivemos sob a obrigação de aparentarmos felicidade. Exibimos carro, celular, casa, boa aparência… Como um troféu pelo alcance da felicidade, nem sempre existente. Uma cobrança da sociedade. Mas, o mal estar é frequente. A melancolia nos acompanha e nos assusta a todo instante. Vivemos em conflito, buscamos a felicidade em meio à ansiedade e nos deparamos com momentos angustiantes. A Organização Mundial da Saúde (OMS) e a nossa Constituição apresentam a saúde como um completo bem estar físico, mental e social. A saúde não é a simples ausência da doença física. Torna-se algo complexo, depende de nós e da relação com os nossos vizinhos. Depende da espiritualidade. Cada vez mais é demonstrado que uma pessoa feliz vive mais e com qualidade. Sendo assim, necessitamos repensar valores, priorizar relações afetivas e não apenas acumulo de bens. Algo fácil de falar, difícil de realizar. Mas, cada vez mais as provas se acumulam que o ser humano ativa, efetivamente, as sensações do prazer quando escolhem o bem, quando realizam doações. Biologicamente estamos preparados para a liberação fisiológica e hormonal do prazer quando fazemos o bem, e assim, nos sentimos realizados e menos melancólicos. Isto é, quando fazemos caridade, ativamos relação amorosa e de amizade, confiamos e perdoamos, são ações que provocam a felicidade e saúde psicossocial que afetam e mudam nosso estado físico. Com as virtudes agimos corretamente. Ao agir corretamente nos sentimos felizes. Falta, para a sociedade, a educação para as emoções. Melhorar a qualidade dos nossos sentimentos. Deveria começar na infância, nas escolas e seguir na vida adulta, em nosso trabalho, nas cadeias, nos hospitais… Melhorar a qualidade das relações de uns com os outros. Criar estruturas sociais e educacionais que ajudem nisso – a humanização nos hospitais, com a nossa atenção voltada para o doente e menos para a doença, é um bom caminho para trabalhar as afetividades. Afinal, o ser humano necessita de afeto. A genética influencia a saúde e a felicidade – nascemos deste ou daquele jeito. Porém, o maior determinante de como seremos e nos sentiremos na vida, depende de desenvolvermos estratégias práticas, comportamentais e estilosas que nos tragam, de fato, a saúde e a felicidade.