Crônicas

Frida Kahlo

Uma artista referência da cultura mexicana, pelos seus trajes e sua arte. Sobre os trajes, ela dizia vestir-se para ir ao paraíso e preparar-se para a morte.

Por: Sergio Damião em 1 de março de 2023

Uma artista referência da cultura mexicana, pelos seus trajes e sua arte. Sobre os trajes, ela dizia vestir-se para ir ao paraíso e preparar-se para a morte. Sua última exposição no México foi em 1953 (na ocasião, muito debilitada, sua cama e seu corpo foram colocados no centro da Galeria de arte). Devido complicações ortopédicas amputa a perna direita, falece em 13 de julho de 1954. Diego Rivera, muralista famoso na ocasião, seu grande amor, escreve: À menina Frida Kahlo, a maravilhosa. Há dois anos que dorme em cinzas, viva em meu coração. Em Admirável Mundo Médico (A arte na história da medicina), foi o meu primeiro contato com essa artista mexicana. O médico Natalense, Professor de Anatomia na Universidade de Brasília, Armando Bezerra, viaja por vários museus do mundo e no seu passeio registra as pinturas relacionadas à medicina e as seleciona para livros editados pelo Conselho Regional do Distrito Federal. Desde então, Frida se destaca em meu imaginário: certa época foi acusada da morte do revolucionário russo Leon Trotski, algo comandado pelos stalinistas russos. Sua obra foi marcada pelo precário estado de saúde. Aos seis anos poliomielite. Aos 18 anos acidente automobilístico e fraturas de vértebras. O acidente a frustrou no desejo da maternidade. Suas pinturas não perderam a suavidade, apesar da dor física e dependência do leito. E assim conheci Frida. Fiquei encantado com a força da sua história. Seu sofrimento físico; a incapacidade para a maternidade; o amor conflituoso e incondicional ao Diego… As Duas Fridas é o seu quadro mais famoso; mas, o mais marcante é a Cama Voadora (expõe todas as suas angústias e paixões). Anos atrás, assisti o monólogo Frida Kahlo – A Deusa Tehuana, produzido pela Cia Espaço Cênico e apresentado pela dramaturga Rose Germano. A encenação conforme descrita pelo Espaço Cênico, expressa uma profunda reflexão do mundo, do homem e de suas transformações e contradições nos tempos que seguem. Sobre isso, Frida escreveu: O que eu faria sem o absurdo e o fugaz? Rubem Alves, acrescentou: Os artistas são feiticeiros que tentam paralisar o crepúsculo. Eternizar o efêmero. Todas as vezes que ouço a música, leio aquele poema ou vejo a pintura, o passado ressuscita. Nas palavras do Rubem, foi o que senti ao visitar, em São Paulo, no último fim de semana, no pátio do shopping Eldorado, a exposição imersiva de Frida.