Crônicas
Márcia Brezinski
Já conhecia Márcia dos eventos sociais, e o meu contato maior foi através de uma coincidência do destino. Eu fora convidada pelo Prefeito Ferraço para a Secretaria de Ação Social, antes primorosamente ocupada por ela.
Por: Marilene Depes em 22 de junho de 2020
Já conhecia Márcia dos eventos sociais, e o meu contato maior foi através de uma coincidência do destino. Eu fora convidada pelo Prefeito Ferraço para a Secretaria de Ação Social, antes primorosamente ocupada por ela. Foi a primeira vez que uma primeira dama exerceu o cargo de secretária, outras fizeram trabalho social de destaque como Hellenice Manhães, Marília Ferraço e Eloíza Valadão, porém Márcia inaugurou o espaço político na administração. Substituí-la era uma tarefa impossível, tanto por seu excepcional trabalho, quanto por ser muito querida por todos os funcionários da Prefeitura, e amada pelos carentes da periferia. Onde eu chegava me perguntavam por ela e em dois locais em especial, os Bairros Bela Vista e Corte Grande, hoje Nossa Senhora Aparecida, ela acompanhou de perto as obras das casas populares, e em avançada gravidez. De vez em quando eu era confundida com ela, o que me deixava bem orgulhosa!
A maior característica de Márcia era a autenticidade. Era naturalmente alegre e alto astral. Eu a definia uma feminista , por sua independência e atitudes humanitárias, além de uma mãe extremada e esposa dedicada. Saía desabalada para Vitória ou São Paulo, a fim de resolver questões referentes as filhas Carol e Natália, e recebia em sua casa dezenas de aliados políticos do marido José Tasso, sempre com um sorriso largo e de braços abertos. Também se destacou como administradora da Escola CIAC, uma líder nata, tanto pela grande qualidade de agregadora, como pelo competência.
Em outro contexto participamos de um grupo de mulheres que se reúnem quinzenalmente para um jantar fraterno. Ao contrário da maioria que contrata alguém para preparar o jantar, ela se esmerava no preparo, sempre apresentando novidades em seu cardápio. Era uma excelente e criativa cozinheira e anfitriã. Fizemos algumas viagens juntas e sua alegria tornava os passeios inesquecíveis. Márcia estava sempre rodeada de amigos, era naturalmente sociável. No dia da sua morte sonhei que passeava de carro com ela, que ainda não sabia o que ocorrera, encontramos Gilson Moura, amigo comum, pedi a ele segredo do ocorrido, e ela subiu por uma rua e foi ao encontro de uma multidão ao alto, num local repleto de luz. E assim se foram meus pais, irmãos, os amigos Márcia Brazinski, Gilson Moura, Beraldo Pinheiro, Gláucia Moulin Coelho, Roney Moraes, cada um que se vai , morre um pouco de nós. O que nos resta é a certeza de que as pessoas que amamos nunca morrem, porque sempre estarão vivas em nosso coração.