Crônicas
O velho e o mar
Quem procura um estagiário (a) – só um exemplo, mas cito sem amargura - sabe a importância da notícia de que, partir do próximo ano, as licenciaturas serão avaliadas anualmente no Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade).
Por: Wilson Márcio Depes em 25 de março de 2024
Quem procura um estagiário (a) – só um exemplo, mas cito sem amargura – sabe a importância da notícia de que, partir do próximo ano, as licenciaturas serão avaliadas anualmente no Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade). O anúncio foi feito pelo ministro da Educação, Camilo Santana, durante a coletiva de divulgação dos resultados do Enade 2022. “Iremos mudar a portaria do MEC 840/2018, para incluir a licenciatura com avaliação anual”. Segundo ele, a medida permitirá o melhor acompanhamento e embasará as ações voltadas para o fortalecimento da formação de professores no Brasil.
Também está prevista, ainda para este ano, a votação no Conselho Nacional de Educação (CNE) das novas Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) das licenciaturas. Além disso, o MEC estuda uma avaliação dos estágio supervisionados, o aperfeiçoamento da avaliação com a criação de instrumentos específicos por grande área das licenciaturas da Cine Brasil. “Também queremos o aperfeiçoamento dos indicadores, para fazer o acompanhamento da entrada na carreira docente dos concluintes dos cursos de licenciatura”, ressaltou.
Todos nós, caros leitores, não só o ministro, estamos preocupados com a formação dos profissionais em nosso país. O sinal de alerta para alguns cursos já está no vermelho há muito tempo e “precisamos corrigir isso”. Dito assim, sob o enfoque de puro jornalismo isento, é necessário que se enfatize. A situação é calamitosa. Enquanto isso – é de estarrecer – algumas escolas estão censurando a leitura de alguns livros, em nome, digamos da moral e da decência. Há poucos dias, em Guarapari, ofereci a um jovem o livro “O Velho e o mar”. Ele me perguntou se estava no kindle. Eu disse que não. Como era meu amigo, pegou o livro. Voltei uma semana depois e ele, todo feliz, me disse que houvera lido duas vezes. Olhando pro mar, me confessou: – “Que legal, né Wilson, a relação do ser humano com o mar e a luta pela sobrevivência, tentada pelo homem?”. Fiquei muito feliz.
Voltei muito mais feliz pra Cachoeiro. Tanto que esta semana prometi que levaria “Capitães de Areia”, de Jorge Amado … Espero até eu possa assistir – e entender – à novela renascer, um marco na TV brasileira.