Fingira não ver o momento em que ela desviou de caminho e ganhara o vão livre da ponte. Melhor assim, pensava. Não saberia o que dizer.
Márcia desviou de caminho, da Beira-Rio tomou o vão da ponte e atravessava o rio Itapemirim. Atravessava o rio e se perguntava sobre a atitude de desviar caminhos.
O meu pai, para todas as minhas sensações e sentimentos, foi o que mais me influenciou. Em suas ações me fez conhecer o circo, o mar, o contato com a bola de futebol, minha primeira bicicleta...
Márcia encontrava-se próxima à Ilha da Luz. Logo, alcançaria as pontes menores e a ponte principal, cartão postal de sua cidade, a Ponte de Ferro.
Márcia caminhava ao lado do rio. Fim de tarde de um dia ensolarado, bem típico de sua cidade, região sul capixaba. A última cheia, uma das maiores da história do rio, castigara sua cidade e cidades vizinhas.
Carlos encontrava-se em quarto de hospital. Gradativamente voltava a consciência. Orientava-se através de informações recebidas de familiares e acompanhantes. Encontrara-se em coma por quatro meses.
Um ano diferente: 2020. Sentimentos alternantes de angústia, medo, esperança... Lembro bem, desde os meus sete anos de idade, cada instante de vida passada. Nada se compara aos tempos atuais.
Com a pandemia do novo coronavírus – Covid-19, passeios e viagens estão adiadas por tempo indeterminado.