De início sou forçado a lembrar do meu amigo Zuenir Ventura quando diz que a inveja é inconfessável, mas ninguém se livra dela, por mais que se disfarce.
Era o arauto, o sabiá laranjeira da insuperável leveza de flanar sobre os aborrecimentos cotidianos.
E para um idoso o isolamento físico, de certa forma, é uma prévia da despedida final, de presenciar a saudade que os seres queridos já sentem
No início do mês de março, quando começava a divulgação da pandemia por aqui, o professor Miguel Srougi já antecipava os fatos, com sua visão de mundo e integridade científica.
Neste recolhimento imposto pela pandemia, que respeito e recomendo a meus amigos, não deixei de trabalhar. Pelo contrário.
O velho bruxo argentino dizia que, como todas as coisas, o destino de Pedro Salvadores parece-nos um símbolo de algo que estamos a ponto de compreender.
As pessoas se oferecem para trabalhos voluntários, e por toda parte vemos se multiplicarem em ações de todo tipo...
Acho que sou pessimista. Mas isso, a essa altura, é irrelevante. Fico estarrecido com as fanfarrices bolsonaristas de que o isolamento social poderia ser suspenso por um édito presidencial.