Dos muitos mistérios da minha infância, o que mais me intrigava era o pé da minha avó que não preenchia por inteiro o sapato ou chinelo e, por isso mesmo, consumia a parte lateral dos calçados.
Aprendemos, ou precisamos nos colocar a entender, que ser bem-sucedido, no modelo contemporâneo, definitivamente não é, ser bem-sucedido!
Eu não me canso de sonhar quando me encontro em frente ao rio Itapemirim, Pico do Itabira e o Frade e a Freira. Diminui dores e tristezas das lembranças de um fim de dia em hospitais. Acordo cedo e na sacada do apartamento permaneço por alguns instantes entre sombras e luzes do alvorecer. G
Dia desses fui surpreendido, ouvi: Sergio, não seja prolixo. Prolixo: palavra derivada do latim, algo extenso, longo. Pior, tediosamente extenso e cansativo pela grande quantidade de minúcias inúteis, supérfluas.
Avistei a cobertura do ponto de ônibus logo à frente, e após breve hesitação, resolvi prosseguir. Ele, o rio, nos leva a isso, seguir em frente, é o seu destino, sua sina, não nos deixa recuar.
Sabe quando sentimos uma mistura? Alívio, misturado com o medo! A certeza embaralhada com a dúvida ?
Proust é o exemplo clássico de escritor ou pessoa que consegue enxergar o óbvio, sentir as dores dos outros e sugerir o caminho para a felicidade, mas viver exatamente de maneira contrária aos seus conhecimentos.
Entre pessoas que encontro no dia a dia, uma família chamou-me especialmente à atenção, um jovem senhor, a esposa, um filho e um casal de idosos, todos no mesmo veículo e dos cinco apenas a senhora idosa de máscara.
O dilema retorna e incomoda como uma paixão não resolvida. São as coisas da vida. Habitam espaços que não dominamos. Existem simplesmente. Podemos adquirir coisas, coisas materiais.
Nessa pandemia do SARS-CoV-2 (Covid-19), em que a fome e miséria aumentam pelas ruas de nossas cidades, estamos carentes de Zildas e Betinhos. Gradativamente, surgem em nossas comunidades, vários Betinhos.
Para onde me conduzirá, o meu não saber? Por quais caminhos novos e ainda desconhecidos, ele me conduzirá, a conhecer?
Uma oportunidade de olhar o oceano pacífico, resquícios de civilizações pré-colombianas, construções coloniais e a arquitetura espanhola em esplendor nas suas igrejas e mansões em um belo centro histórico.